Apresentação

Isso é apenas uma compilação, oriunda de devaneios excessivos que a mente desse autor não cessa em criar.


Compilação

Isso é apenas uma compilação, oriunda de devaneios excessivos que a mente desse autor não cessa em criar. Isso é só uma visita nos relevos acidentados de um aspirante a escritor que teima em procurar pelo lago onde os poetas foram para morrer.

Por que as pessoas insistem em manter um sistema econômico tão desigual? Porque os que perdem nele também o defendem. Por que as pessoas se importam tanto com o que outros pensam delas? Porque somos seres sentimentais. Porque eu sinto como se estivesse em um ciclo do qual não consigo sair, repleto de tudo aquilo que odeio e desejo — ao mesmo tempo.

Ultimamente os versos têm surgido em minha mente como as flores surgem no início da primavera. Mas tudo parece ser finito, sem linearidade, tudo parece que vai acabar a qualquer momento, então eu escrevo escrevo escrevo, para tentar aproveitar ao máximo essa criatividade. Uma professora me disse que a criatividade não é um dom, é algo que você adquire através do conhecimento, e eu concordo plenamente com ela.

Pense em todas as coisas que te fazem ser quem é. Até certa idade você não tinha capacidade de escolher, mas agora tem, então por que continua escolhendo aquilo que é efêmero? Porque eu nunca encontrei alguém que quisesse ficar.

17 de junho, 00h34min: Você olhou nos olhos dele e teve certeza que iria se apaixonar, ele já tinha flechado seu coração. Merda.

Tenho chorado enquanto leio e às vezes enquanto escrevo. Tenho sentido um vazio maior do que de costume, mas acho que sei o porquê. Tenho apreciado bastante os quadros de Monet. Tenho ido muito ao mercado — quase todo dia — estou igual à minha avó. Tenho sentido saudade da viagem que fiz a Manaus, eu deveria ter aproveitado mais, eu deveria ter sido mais empático.

Pra quê serve a poesia numa hora dessas? Talvez não seja pra mim, talvez seja a hora de me tornar um homem sério.

Enquanto escrevo isso, escuto Tim Bernardes.

Eu sou apaixonado pela música e pelo que ela pode fazer no geral, pelo que ela nos faz sentir, como nos faz pensar, como nos alegra, entristece, explode e nos faz dançar em meio à Avenida Goiás às 11h da manhã em um sábado qualquer de setembro.

Algumas coisas, só sentindo pra compreender.

 

aqui, um pouco do que tenho escrito – de poesia – ultimamente:

 

pelas cicatrizes geográficas

que envolvem meu corpo

procuro pela criança

que empurrei colina abaixo

quando eu tinha 17

 

procuro por aquele menino

que colecionava cartões telefônicos

e que amava

amava

andar de bicicleta

 

aquela criança

que gostava de carrinhos

mas adorava brincar com bonecas

como eu tive coragem de machuca-la?

 

aquele pirralho

que dizia odiar tudo aos 14

e só aos 17 começou a entender o que era o amor

em qual tempestade eu o perdi?

 

aqueles relevos acidentados

que eu mesmo moldei

estavam ali por um motivo

aqueles vícios

e aquelas drogas

escolhi pensando em autodestruição

 

li em algum lugar

que a poesia é uma eterna tentativa de volta

 

de longe vejo

uma planície

repleta de pessoas

que se perderam de si.


Informações

Este texto é original e foi publicado primeiramente no litera mondru.

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