Apresentação
Poema autoral que dá o título ao meu livro de estreia nas publicações literárias (Mondru, 2023), pelo qual faço uma homenagem à multiartista Maria D´Apparecida, a cantora lírica que foi a primeira brasileira a cantar na Ópera Nacional de Paris, celebrizando-se como a Carmen negra na história da Ópera Carmen, composta por Georges Bizet. Ela ainda foi musa do pintor francês Félix Labisse, que com Salvador Dali criou o surrealismo na pintura. A artista mudou-se para a França na década de 1950 e lá residiu até sua morte, em 2017. Também atuou no cinema e cantou com Baden Powell, tendo gravado cerca de 20 discos. Fiz uma pesquisa intensa sobre sua história em um portal-memória francês, à época da finalização dos originais de Pinte-me de Azul, a partir de um exercício de uma oficina do Marcelino Freire, que, por isso, batizou esse meu livro.
Pinte-me de Azul!
PINTE-ME DE AZUL
(à multiartista brasileira Maria d´Apparecida,
cantora lírica negra consagrada na interpretação
de Carmen, de Bizet, na Ópera de Paris –
Rio de Janeiro-1926, Paris-2017)
Então pinte-me de azul,
disse ela
em seu vertiginoso
colossal
uterino
e líquido
insight
que fez
do homem um gênio.
Pinte-me de azul,
disse a gigante
musa negra
que tinha em si
todas as cores
e não precisava
de nenhuma delas
para ser definida.
Na grandeza
surreal
da voz
do corpo
do gesto
o alcance generoso
do passo
de quem
por tudo passou
e não passou.
Pinte-me de azul,
disse Maria D´Apparecida
a Félix Labisse
disse
disse
disse
…
Sobram cores
faltam cores
mas o azul ficou
imortalizou
um homem
um movimento
e uma Mulher
que veio antes
que veio maior
estrela azul
imortal.
Não há céu
que te caiba,
pintada de azul.
Informações
Este texto é um trecho de material já publicado.
Este poema foi originalmente publicado nas páginas 25-27 do meu livro Pinte-me de Azul! (Mondru, 2023).
Sinopse da obra
O livro oferece olhares e significados humanísticos, apresentando uma poesia socialmente crítica que flui em defesa de tudo o que é vulnerável. Ao importar-se com a dor alheia, Gisela também lamenta o sofrimento da Terra, vertendo versos em resistente revolução. A obra traz estampas de memórias, povoando poemas com possibilidades de voos, na perspectiva do soerguimento. Ao homenagear a multiartista brasileira Maria D´Apparecida – cantora lírica que viveu em Paris, onde brilhou como a Carmen negra da ópera de Georges Bizet e foi musa do pintor surrealista Félix Labisse –, as palavras são puxadas por um metafórico fio azul catártico, que pinta o livro de forma a alcançar a representatividade de seres diversos em suas essências, onde a autora também encontra uma pequena abertura para si.
https://mondru.com/produto/pinte-me-de-azul/
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Mostrar comentários Ocultar comentáriosParabéns, Gisela. Um belo poema, com um final perfeito.